segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sou Tijucano com muito orgulho!

por Márcia Santos - 

Bairrismo dos moradores é uma marca do tradicional bairro da zona Norte

O amor do carioca por sua cidade é notório. Mas além do carioca existe um grupo social específico, cujo amor pelo seu bairro é peculiar, os tijucanos.

O bairro é famoso pela sua tradição e pelo “bairrismo” de seus moradores. O tijucano é considerado uma personalidade carioca. Mas ser tijucano é um adjetivo que vai além e ultrapassa qualquer limitação geográfica.  É ter um amor incondicional pelo bairro, é gostar de andar por suas ruas, de ir à praça e frequentar seus bares.

A Tijuca foi uma região de chácaras e, a partir do século XX, passou a ser um bairro tipicamente urbano. Possui atualmente a terceira maior floresta urbana do mundo, a floresta da Tijuca, plantada por determinação de D. Pedro II na segunda metade do século XIX, para combater a falta de água que se instalara na então capital do império. Um dos seus locais mais famoso é a praça Saens Peña. Com grande comércio, o bairro é atendido por diversas linhas de ônibus e pelo metrô.

O bairro possui também clubes tradicionais, como o Tijuca Tênis Clube, escolas de samba e um número sem fim de escolas públicas e particulares, dentre elas o Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, o Colégio Militar e uma unidade do colégio Pedro II. Na área cultural conta com o teatro Ziembinsck e o do SESC Tijuca. Na região também hospitais, supermercados e pelo menos dois pólos gastronômicos repletos de bares e  restaurantes para todos os gostos e bolsos.

“Não preciso sair daqui para nada. Tenho tudo na minha porta. Fui nascida e criada na Tijuca, meus pais foram criados aqui e tenho muito orgulho disso. Meus filhos nasceram, casaram e ainda vivem aqui. A maioria dos meus netos também. A Tijuca faz parte da minha história, da minha família. Quando era pequena meus pais me levavam para passear e brincar na praça Saens Peña, era tudo muito elegante.”, revelou Yolanda Ribeira, 78 anos.

Segundo Selma Ribeira, 53 anos, empresária, filha de Yolanda, a Tijuca era um bairro de muito glamour, ir ao Café Palheta nos finais de tarde era encontrar toda a nata da sociedade tijucana. Para ela ter um cinema em cada esquina era muito bom, tinha o América, o Carioca, o Olinda e vários outros, “aqui era melhor do que a Cinelândia”. Assim como a mãe, Selma viveu toda a sua vida no bairro, estudou, fez sua faculdade, casou, trabalhou e criou as filhas. “Pena que aqui não tem um cemitério, se não queria ser enterrada aqui também.”

Para Mariana Ribeira, 24 anos, estudante e filha de Selma e neta de Yolanda, a Tijuca é parte integrante do seu dia a dia, “faço quase tudo aqui. Só vou a outros bairros se for muito necessário. Para a Tijuca ser perfeita só faltava a praia” .

A Tijuca também teve um sem fim de filhos famosos como o empresário Roberto Marinho, os músicos  Tim Maia e Tom Jobim, o compositor Aldir Blanc, os atores Cláudia Jimenez e Thiago Lacerda, os cantores Erasmo Carlos e Ivan Lins, e também o compositor Lamartine Babo.

A paixão pelo bairro é antiga, provém das famílias provincianas e aristocráticas instaladas na região nos séculos XIX e XX. É um bairro completo, berço de grandes nomes, orgulho para seus moradores. Um bairro com inúmeros problemas, mas com um amor e uma dedicação dos seus locais que nenhum outro tem.

 
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