segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Habilitação com responsabilidade

por Gabriela Bernardes - 

Era uma segunda-feira por volta das 18 horas. Mais uma aula de direção defensiva. Porém, só meu corpo estava ali – minha mente estava elaborando um trabalho importantíssimo que havia de entregar no dia seguinte. Enquanto redigia cada frase desse trabalho, prestava atenção em alguns tópicos do que o instrutor dizia. E em um dos tópicos era citada a lei que proíbe a direção sob a ingestão de bebidas alcoólicas. “Não bebo mesmo”, pensei. Mas me veio nessa hora um peso na consciência por não estar concentrada naquela matéria que é vital para a formação do bom condutor de veículos. 

E por não se importarem com a educação no trânsito que algumas pessoas têm cometido imprudências e, entre elas, o assunto daquela aula. Com as estatísticas mostrando o aumento de acidentes devido a essa prática, o governo não teve saída: decidiu que quem for pego bêbado enquanto dirige vai ter que pagar uma multa de R$ 1 mil e terá sua carteira cassada. Entretanto, penso que quem é lesado por um acidente desse tipo ou quem perde um parente não se sente tão favorecido por essa lei.

Quem sente a dor de ver a vida de um querido destruída não consegue compreender como um ser humano pode ser tão delinqüente a ponto de não reconhecer a incapacidade de dirigir um carro se ele quase não consegue ficar de pé.

Não consegue compreender como uma legislação repressora ainda dá ao infrator a opção de não fazer o teste do bafômetro e alguns nem pagam por isso; recorrem a justiça para a suspensão da multa. São mistérios de nem Freud pode explicar.

E eu, depois desse episódio da aula, pude entender o porquê da tamanha falta de decoro. Porque se não estamos habituados a nos dedicar a uma simples aula, como poderemos nos dedicar a prática da chamada direção defensiva, isto é, com segurança? Se rejeitarmos a educação obrigatória, seremos incapazes de obedecer a uma lei. 

Portanto, a Lei Seca só terá seu pleno funcionamento quando houver uma conscientização por parte da população; se mobilizando para obter seus direitos, porém se esforçando ao máximo para cumprir seus deveres. Afinal, quem quer ter sua habilitação tem que, no mínimo, ter consideração por sua própria vida e mentalizar que dirigir sóbrio não é apenas um favor.

 
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