terça-feira, 29 de novembro de 2011

Os heróis dos quadrinhos estão unindo gerações

por André Nune, Carolina Alves e Nara Brito


Presentes no imaginário popular há décadas HQ’s nunca saem de moda

As histórias em quadrinhos – a chamada 9° arte – se utilizam de textos e imagens para narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos, sempre carregadas de muitos significados. Em geral, são publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras de revistas e jornais. E fazem parte do imaginário das pessoas e da relação de diversas gerações. De pai para filho e assim por diante as histórias em quadrinhos nunca saem de moda.

Segundo Wilsom Mário, 48 anos, pai de Marina Esther de dez, antes da menina aprender a ler ele comprava as revistas da Mônica na rodoviária, após mais uma de suas viagens de trabalho, e lia as aventuras da Turma para ninar a filha. Já com seis anos ela começou a identificar o nome dos personagens, ler uma coisa aqui e outra ali e pronto! Agora era ela quem lia as histórias para o pai. Desde então não parou mais: 

“Ela sempre gostou das histórias da Mônica, lembro que antes elas eram mais curtas. Atualmente as histórias estão mais longas, com a cara da juventude. As gírias mudaram.” Para Marina a tradição vai continuar:

“Eu gosto muito da “Turma da Mônica”, mas prefiro a “Turma da Mônica Jovem”! Quando tiver meus filhos vou ler pra eles também”, ri Marina.

Famosas em todo o mundo as HQ’s fazem parte do cotidiano de milhares de pessoas. Hoje, elas estão presentes nas redes sociais e tem até eventos direcionados exclusivamente para quem gosta do assunto. Um exemplo é a Comic Com que esteve entre os dias 20 e 23 de outubro na Estação da Leopoldina no Rio de Janeiro. O mesmo evento ocorre em outras partes do mundo como San Diego e Nova Iorque, nos Estados Unidos. 

Mesmo com o advento da tecnologia esse é um hobbie que sempre teve e sempre vai ter espaço entre o público de todas as idades.

Linha do tempo

Primeiras manifestações das histórias em quadrinhos (fim do século XIX e início do século XX) – Surgem como reflexo da busca por novas formas de comunicação e de expressão gráfica. Com o avanço cultural, tomam seu lugar nos jornais. Algumas destas histórias são Popeye (de E.C. Segar) e Krazy Kat (de Georges Herriman). Os avanços da imprensa, da tecnologia e dos novos meios de impressão possibilitaram o desenvolvimento e propagação dessas tiras, dando início à sua utilização como entretenimento.

Era de Ouro (década de 30 até década de 50) - Flash Gordon, de Alex Raymond, Dick Tracy, de Chester Gould e a adaptação de Hal Foster para o Tarzan, de E. R. Borroughs, são exemplos que marcam os três principais gêneros produzidos na época: a ficção científica, o policial e as aventuras na selva. Nesse momento os quadrinhos começaram a interagir com o mundo real. Ocorre a criação do primeiro herói uniformizado, O Fantasma, escrito por Lee Falk e desenhado por Ray Moore. E o surgimento do Superman, de Jerry Siegel e Joe Shuster. 

Era de Prata (década de 50 até década de 70) - Os quadrinhos foram alvo da maior caça as bruxas que já aconteceu a um meio de comunicação de massa. O livro A Sedução do Inocente (The Seduction of the Innocent), escrito pelo psiquiatra Frederic Wertham, acusava as HQ’s de corrupção e delinqüência juvenil e discursava sobre o seu “verdadeiro intento subversivo”. As editoras desenvolveram o Código de Ética dos Quadrinhos, o que resultou em uma diminuição do número de leitores. A mudança mais característica foi a transformação dos heróis em seres mais humanos e com conflitos, marcando a busca de uma maior aproximação com o leitor. 

Era de Bronze (década de 70 até década de 80) - Tem como destaque o relaxamento do código americano de ética dos quadrinhos, o que permitiu a volta de diversas séries. As várias reformulações de grupos de super-heróis, o surgimento de super-heróis das minorias e os anti-heróis, também marcaram este período. Começaram a se proliferar os quadrinhos underground, vendidos em pequenas lojas e de mão em mão. 

Era Moderna (década de 80 até hoje) – Surgia a arte de uma nova geração Frank Miller, Grant Morrison, Alan Moore, dentre outros. Os sinais dessa nova fase haviam surgido com os chamados graphic novels, que se utilizavam de uma temática mais adulta e séria. A popularização desse novo formato foi uma característica marcante da nova era dos quadrinhos. O carro chefe dessa nova fase foi a história “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller, que decretou a maioridade no mundo dos super- heróis.

 
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